A primeira fatalidade causada pela dengue é registrada na cidade de São Paulo.

 A metrópole de São Paulo registrou o primeiro óbito por dengue nesta quinta-feira (8), elevando para seis o total de mortes no estado, com duas ocorridas em Pindamonhangaba, uma em Bebedouro, uma em Guarulhos e outra em Bauru. De acordo com o monitoramento diário da Secretaria Estadual da Saúde, o número de casos confirmados da doença em 2024 alcançou 34.995, com mais de 31 mil casos em fase de investigação.



O pesquisador e coordenador dos relatórios de monitoramento de arboviroses, focando especialmente na dengue, do Instituto Todos pela Saúde (ITPS), Anderson Brito, esclareceu que os casos de dengue aumentam quando as condições climáticas propiciam a proliferação do mosquito.


"Observamos um aumento nos casos nos períodos com maior volume de chuvas e altas temperaturas, coincidindo principalmente nos quatro primeiros meses do ano", explicou.


Tendência de Crescimento

Brito prevê que, considerando a sazonalidade típica da doença e baseando-se no histórico de diagnósticos dos laboratórios parceiros do ITpS, é esperado que a taxa de positividade nos testes e o número de casos em São Paulo continuem aumentando pelo menos até o final de abril ou início de maio.


Para Brito, o combate à dengue é uma ação que requer esforços tanto do setor público quanto da população. O poder público deve adotar estratégias para controlar os mosquitos vetores da doença, realizar campanhas de comunicação e promover ações de atenção primária e especializada à saúde.


"No que se refere ao controle de vetores, a responsabilidade de zelar pelos espaços públicos com criadouros de mosquitos é do poder público", afirmou.


Ele destacou que a sociedade precisa estar ativamente envolvida para apoiar as ações de controle, não apenas em locais públicos, mas também através de intervenções em terrenos e residências com focos de mosquitos.


"A população pode e deve ajudar as autoridades públicas eliminando estruturas que acumulam água parada. Outra maneira de contribuir é informando aos governos locais, oficialmente, sobre a localização de possíveis focos de mosquitos que podem ser eliminados pelas secretarias de saúde", ressaltou o pesquisador.


Ações de Combate à Dengue

O Centro de Operações de Emergências (COE) de São Paulo realizou sua primeira reunião nesta quinta-feira (8) para alinhar planos e investimentos destinados ao combate ao Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika. O COE, composto por oito secretarias e pelo Conselho de Secretários Municipais (Cosems), também contou com a participação da representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross Galiano.


Os pontos discutidos incluem o Plano de Contingência, a realização de um Dia D contra a dengue nas escolas, um plano de comunicação pública durante e após o carnaval, além das estratégias em colaboração com os Departamentos Regionais de Saúde (DRS) e a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), visando a transferência e regulação prioritárias de pacientes graves para leitos de UTI.


Segundo o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, o governo liberará mais de R$ 200 milhões destinados aos 645 municípios paulistas ainda nesta semana, visando fortalecer a rede hospitalar e oferecer treinamentos aos profissionais de saúde para lidar com casos graves.


Para facilitar a consulta da população, municípios e autoridades envolvidas no combate às arboviroses, a Secretaria de Saúde adicionou ao Painel de Monitoramento o Plano de Contingência com as diretrizes para a prevenção e controle da dengue, chikungunya e zika. O plano está disponível no site dengue.saude.sp.gov.br.


A Defesa Civil de São Paulo também disponibilizou um telefone de gerenciamento de emergências 24 horas por dia, (11) 2193-8888, para que os municípios possam acionar o órgão quando necessário.

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